sábado, 17 de novembro de 2012

Cia. É Tudo Cena! se apresenta com o Coral Iyún Asé Orin em comemoração ao mês da Consciência Negra

Nas comemorações do mês da Consciência Negra, a Cia. É Tudo Cena! foi convidada pela Transpetro a apresentar uma performance, no dia 23, juntamente com o Coral Iyún Asé Orin.  
Para ilustrar essa importante data, a Cia. escolheu a história de João Cândido Felisberto, o Marinheiro João Cândido.

   
   Quem foi o Marinheiro João Cândido

João Cândido Felisberto, mais conhecido como João Cândido, nasceu no Rio Grande do Sul em 24 de junho de 1880. Filho de escravos, ele costumava acompanhar seu pai nas viagens feitas para conduzir o gado.
Aos 13 anos, lutou na Revolução Federalista de 1893 no Rio Grande do Sul, iniciando sua trajetória a serviço do governo. Em agosto do ano seguinte, estava alistado no Arsenal de Guerra do Exército.
Em 1895, ingressou voluntariamente na Escola de Aprendizes Marinheiros em Porto Alegre, na qual permaneceu durante 11 meses. Chegou ao Rio de Janeiro no mesmo ano para compor o quadro dos marinheiros e foi promovido e elogiado oficialmente muitas vezes. Em 1900, foi promovido a marinheiro  e, em 1903, a cabo-de-esquadra. 

Em 1910, participava e comandava a Revolta dos Marinheiros no Rio de Janeiro. O desfecho dessa Revolta foi o fim dos castigos corporais na Marinha. Porém, João Cândido foi expulso e renegado pela Armada Brasileira, por parte da imprensa e da sociedade.

Após a Revolta, trabalhou como timoneiro e carregador em algumas embarcações particulares e da Marinha, sendo demitido de todos os empregos por pressão dos oficiais da Marinha. Em 1917, começou a trabalhar como pescador para sustentar a família. Até os seus últimos dias de vida, João Cândido e sua família viveram na miséria.
João Cândido casou-se três vezes. Sua primeira mulher, com quem ficou casado por pouco tempo, morreu em 1917; a segunda esposa suicidou-se em 1928, ato que seria repetido, 10 anos mais tarde, por uma de suas filhas. Com sua última esposa ficou casado até o fim de sua vida. Ao longo dos três casamentos teve 11 filhos.
Discriminado e perseguido até o im da sua vida, se recolheu no município de São João de Meriti, onde veio a falecer no Hospital Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Falece em 6 de dezembro de 1969, aos 89 anos.


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Cia. É Tudo Cena! vence na categoria "Melhor Esquete - Júri Popular" em festival de esquetes no Rio

A Cia. É Tudo Cena! vence na categoria "Melhor Esquete - Júri Popular", 2° Festival de Esquetes Ratos de Palco, no teatro Dercy Gonçalves. O grupo apresentou um texto baseado no romance de Nelson Rodrigues, "Selvageria". 

Veja os indicados:

Melhor Esquete Júri Popular
(Indicados)

- Cia. É Tudo Cena!, por Selvageria
- Cia Nobres Ridículos, por O Anjo e o espelho
- Grupo Experimental Pincenez, por Cenoura
- Grupo Lacuna, por Acordados
- Cia Faran, por Amado


Foto por Talita Nascimento

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Selvageria: texto baseado da obra de Nelson Rodrigues

No dia 15 de setembro, sábado, às 20:30h o ator Leandro Nicolau, com a participação especial da atriz Maria Cayres estarão apresentando a esquete Selvageria. Com texto baseado do romance de Nelson Rodrigues e direção de Aduni Benton, a dupla de atores irá participar do 2° Festival de Esquetes Ratos de Palco, no teatro Dercy Gonçalves, no Grajaú, Rio de Janeiro.


Confira as fotos da apresentação, por Talita Nascimento:








quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Audiência Pública em Brasília - Anais

No último 21 de agosto de 2012,  foi realizada audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, em que foi debatida a “implementação da política de patrocínio, por meio de editais e linhas de financiamento, para incentivo à cultura e às artes negras”. A audiência foi uma iniciativa do dep. Luiz Alberto (PT-BA) e recebeu o apoio dos deputados Waldenor Pereira (PT-BA); Jean Wyllys (Psol-RJ); Chico Alencar (Psol-RJ); Paulo Rubem Santiago (PDT-PE); Edson Santos (PT-RJ); e da deputada Fátima Bezerra (PT-RN). Também presentes a Exma. Sra. ministra da SEPPIR, Luiza Bairros; o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura/MINC, Sr. Henilton Menezes, e o presidente da Fundação Palmares, Eloi Ferreira (ambos representando a Sra. ministra Ana de Holanda); o gerente-executivo de Promoções, Cultura e Esportes da Caixa Econômica Federal (CEF), Gustavo Luiz Pacheco; a representante da Gerência Corporativa de Patrocínios da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Noaide Nery Correa Alves; o gerente-executivo da Diretoria de Marketing do Banco do Brasil (BB), José Avelar Matias Lopes; o diretor do Departamento de Patrocínios da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Antônio Carlos Gonçalves. Representando a sociedade civil, Valdina Pinto, makota do Terreiro Tanuri Junçara; Joel Zito Araújo, cineasta e diretor da Casa de Criação Cinema; e Hilton Cobra, diretor da Cia dos Comuns, cocoordenador do Fórum Nacional de Performance Negra e membro do movimento Akoben, movimento criado por artistas e produtores negros que, insatisfeitos com a invisibilidade imposta, grita por uma política cultural honesta, inclusiva e verdadeiramente democrática.

Foi uma reunião intensa, plenário lotado com representantes de várias partes do país, na qual pudemos debater vários temas de interesse dos artistas e produtores negros brasileiros.

Inicialmente, tivemos a participação dos representantes da sociedade civil, que colocaram de forma enfática nossas reflexões, exigências e necessidades. A makota Valdina Pinto cobrou de maneira indignada explicações quanto à ausência da ministra da Cultura, Ana de Holanda, numa audiência tão importante e que poderia apontar novos rumos para a arte e a cultura negras. Por várias vezes durante a sua fala solicitou aos seus representantes que notificassem à ministra a sua indignação por conta da sua ausência. “Está na hora de pararmos de ser objetos e passarmos a ser os autores da nossa representação. Acabar com essa cultura de opressão. Quem tem que falar de cultura negra é o sujeito negro. Temos que ser o sujeito e não o objeto dessas ações, para evitar estereótipos e a perpetuação do racismo” disse Valdina.

Na sua fala, o cineasta Joel Zito Araújo citou dois temas de absoluta relevância: a negação da diversidade racial brasileira por parte da atual produção cultural do país e o “embranquecimento” das telas do cinema e da TV.

No que tange ao embranquecimento das telas, apresentou números alarmantes e reveladores obtidos em pesquisas realizadas nos últimos 15 anos, segundo ele, “para demonstrar que a minha preocupação com o embranquecimento das telas brasileiras não é um arroubo de militante, mas que está fundada em bases científicas”.

Diz Joel Zito Araújo: “Em 2001 lancei um filme e um livro, chamados A negação do Brasil, sobre a história do negro na telenovela brasileira, frutos de cinco anos de pesquisa. Junto a uma equipe de pesquisadores, levantei a participação dos atores e das atrizes negras na telenovela brasileira desde o seu nascimento, em 1963, quando se tornou um programa diário na televisão brasileira, até o final dos anos 90. Examinamos 512 telenovelas e a constatação foi chocante:

Identificamos que:
– Em um terço das telenovelas produzidas até 1997 não havia nenhum personagem afrodescendente.
– Apenas em outro terço o número de atores negros contratados conseguiu ultrapassar levemente a marca de 10% do total do elenco.
– E 90% dos personagens criados representavam a subalternidade do negro na sociedade brasileira, ou seja, traziam os negros em estereótipos de si mesmos.”

Com muita propriedade, citou o programa cultural da Petrobras, recentemente lançado, que colocará cerca de R$ 65 milhões em cultura, e fez algumas importantes perguntas:

– Será que conseguiremos assegurar um critério de diversidade étnica e racial nessa grande produção que se anuncia?
– Será que atenderemos ao preceito de diversidade que está contemplado com destaque na lei 12.285, a lei da TV paga? 
– Ou será que, infelizmente, a persistência da mentalidade colonial que embranquece as nossas telase que torna o branco e a branquitude a representação do brasileiro e da cultura brasileira – e representação de todo ser humano – continuará mantendo os privilégios para o segmento eurodescendente da população?”

Hilton Cobra iniciou sua fala citando a perda do terreno situado no Lago Sul, em Brasília, destinado à instalação do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra, segundo ele, “fruto do descaso do MinC e da absoluta incompetência da Fundação Cultural Palmares”. Leu seu artigo publicado no jornal O Globo, no qual fala do descaso do MinC e de suas instituições vinculadas para com a arte e a cultura negras. “Até que ponto a ministra Anna de Holanda/MinC está disposta a tratar de forma igualitária as diversas matrizes culturais brasileiras? Em audiência com ela abordamos a formação das comissões e os critérios de avaliação de projetos. Por sua solicitação, enviamos documento registrando as propostas e, até agora, nada! Não se sabe, portanto, qual é o projeto de sua gestão para a cultura e as artes negras”.
Falou da política cultural hoje identificada como uma política de mercado, de produtos, de marketing. “Quem dita as regras da política cultural hoje no Brasil são os departamentos de marketing das empresas, tendo na Petrobras seu maior expoente”. Sugeriu ao dep. Luiz Alberto iniciarmos uma campanha para criar uma política cultural de Estado a exemplo do que ocorre com a Lei de fomento ao teatro, à dança, ao cinema da cidade de São Paulo. Em seguida leu e comentou o documento Uma proposta de inclusão a partir do apoio de empresas estatais e privadas à cultura e às artes”, elaborado pela Seppir, no qual sugere de forma eficaz e responsável o seguinte:

“Apoiar a formação e a consolidação de instituições culturais, companhias e grupos artísticos, visando romper o ciclo vicioso de obstáculos que impedem a sua continuidade e, consequentemente, o acúmulo de condições para o desenvolvimento sistemático de trabalhos culturais e artísticos de excelência”.

Na elaboração dos editais:
  • Garantir apoio a projetos de arte negra, bem como fortalecer e ampliar a agenda nacional e internacional de encontros e mostras realizados por artistas e coletivos negros.

  • Construir critérios para os editais, de modo que as características mais evidentes das artes negras – escolha política por um diálogo com matrizes culturais africanas – sejam consideradas como elementos positivos na avaliação dos projetos artísticos apresentados.

  • Instituir um piso de aprovação de 30% de projetos de arte negra em cada segmento contemplado nos editais das empresas estatais e privadas.

Na composição das comissões de avaliação dos projetos:
  • Incluir profissionais com sólidos conhecimentos sobre diversas matrizes culturais brasileiras, com experiência para avaliar saberes e práticas culturais afro-brasileiros e suas representações estéticas.

  • Assegurar a participação de pelo menos 30% de especialistas negras(os) – artistas, intelectuais, acadêmicos ou profissionais – com conhecimento das questões relativas à cultura, história, tradição e diversidade das populações negras e de outros segmentos étnicos do país, bem como garantir as possibilidades artísticas a elas vinculadas.

Na área de cultura negra:
  • Sem prejuízo das políticas afirmativas para as artes negras, propõe-se o estabelecimento de linhas de apoio específicas que contemplem manifestações culturais (i) ligadas ao carnaval, em especial os blocos afro; (ii) tombadas como bens imateriais – afoxé, samba de roda, maracatu, jongo, congados e capoeira; e (iii) a preservação do patrimônio material.

Hilton Cobra também desafiou os representantes das estatais a financiarem a agenda de que trata o documento da Seppir. Da agenda, na ocasião apresentada por ele, constam 17 projetos de encontros, festivais e mostras, com valor total de R$ 7 milhões que, segundo ele, é um valor muito menor do que aquele que a Petrobras gasta com os projetos de “excelência” que escolhe (Cia Deborah Colker, Cia Galpão e Grupo Corpo). “Para se adquirir excelência é necessário que se tenha profissionalismo, vocação, talento e dinheiro. Sem dinheiro não se atinge a excelência. Portanto, nós, negros, precisamos de dinheiro para atingir a nossa Excelência”, disse Cobra.

Para finalizar, com ênfase, disse: “Vocês não nos querem, mas nós temos direitos!”.

Desfeita esta mesa, foi a vez de os representantes das empresas e do governo se manifestarem. Nas falas dos representantes de empresas foi assumido o compromisso de inclusão de “profissionais negros com sólidos conhecimentos sobre diversas matrizes culturais brasileiras”, a exemplo do que sugere o documento da Seppir. Gustavo Pacheco, representante da Caixa Econômica, afirmou: “A Caixa Econômica Federal está aqui para ouvir, aprender e modificar o que estiver errado”. De um modo geral, todos apresentaram os pontos de vista das suas empresas, mostrando-se abertos ao diálogo.

Além da decepção pelas ausências das ministras Ana de Holanda e Helena Chagas e dos representantes da Petrobras, da Eletrobras e do BNDS, os representantes da ministra da Cultura, Srs. Henilton e Elói Ferreira, foram de um amadorismo incomum. Amadores porque esses números a seguir nos pareceram ter sido colhidos momentos antes da audiência.

Disse o Sr. Henilton, corroborado pelo Sr. Elói Ferreira, presidente da Fundação Palmares, “que o percentual de apoio a projetos de cultura negra através da Lei Rouanet é baixo. De acordo com os representantes do MinC, nos últimos quatro anos, o Ministério recebeu cerca de 30 mil propostas de incentivo, das quais 473 eram ligadas à cultura negra. Deste total, apenas 93 projetos foram aprovados para captação de recursos e 25 receberam patrocínio efetivo”.

Se, por ventura, esses números estiverem corretos, não é possível que o MinC, órgão do governo responsável por tocar a política cultural do país, não tenha percebido a gravidade do fato de que em quatro anos o Brasil só tenha financiado 25 projetos de arte e cultura de um povo que soma 100 milhões de brasileiros e que paga impostos como toda e qualquer pessoa normal. E mais, a cultura negra é o extrato da identidade cultural brasileira. O que vale constatar que vocês estão no lugar errado.

A partir desses números o MinC deveria encomendar uma pesquisa para saber:

  •          Qual o volume de artistas/produtores negros em atividade no Brasil?
  •          Qual a quantidade de grupos de dança e teatro negros existentes no Brasil?
  •          Qual a demanda de artistas negros brasileiros no âmbito das artes plásticas?
  •          Qual a quantidade de diretores, roteiristas e produtores negros de cinema no Brasil?
  •          Como estão os artistas negros na televisão brasileira? Temos roteiristas, diretores?                 Quantos?
  •         Toca samba (patrimônio) nas rádios brasileiras? Como sobrevivem os sambistas?
  •    Já levantaram as condições do maracatú, ijexá, coco, jongo, carimbó, lambada, maxixe, maculelê, congada, lundu, capoeira (patrimônio), tambor de mina, os terreiros de candomblé, e de tantas outras manifestações de matriz africana?



E as religiões afro-brasileiras (Babaçuê – ParáBatuque – Rio Grande do Sul;Cabula – Espírito SantoMinas GeraisRio de Janeiro e Santa Catarina;Candomblé – em todos os estados do Brasil; Culto aos Egungun – BahiaRio de JaneiroSão PauloCulto de Ifá – BahiaRio de JaneiroSão PauloMacumba –Rio de JaneiroOmoloko – Rio de JaneiroMinas GeraisSão PauloQuimbanda –Rio de JaneiroSão PauloTambor de Mina – MaranhãoTerecô – Maranhão;Umbanda – em todos os estados do Brasil; Xambá – AlagoasPernambuco;Xangô do Nordeste – Pernambuco), como estão?

O Sr. Henilton também disse que o MinC e as empresas só poderiam instituir cotas para projetos negros se fosse incluída essa nossa exigência/necessidade no Projeto de Lei 1129/2007 que trata do Procultura, e que tramita na Câmara aguardando parecer da Comissão de Finanças. Já estamos com o PL em mãos e faremos contato com o relator, o dep. Pedro Eugênio (PT/PE), que é o único que poderá incluir emendas.

O Sr. Henilton também propôs uma parceria com Seppir, Secom e MinC no sentido de estudar formas para solucionar essas questões. É bom ressaltar que, mais uma vez, o MinC chega tardiamente para tentar resolver questões que são inerentes à pasta, porque todos nós sabemos que Seppir, Secom, Petrobras, Correios e Caixa Econômica há muito vêm trabalhando nesse sentido. E é aí que nos reportamos ao artigo de Hilton Cobra, publicado em O Globo: “Se o MinC não reúne condições para tratar do assunto, que se junte à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) para pensar e executar ações afirmativas nos diferentes órgãos vinculados ao Ministério; que tire a Fundação Palmares do isolamento a que tem sido relegada, incorporando-a às estratégias mais amplas de gestão da cultura e das artes”.

Por fim, falou a ministra da Seppir, Sra. Luiza Bairros, única autoridade no âmbito do governo da presidente Dilma Russef que de fato vem cuidando dos interesses dos profissionais da arte e da cultura negras brasileiras até por saber, com propriedade, da importância de os 100 milhões de brasileiros negros perceberem que a sua cultura está sendo devidamente preservada e a arte dos seus artistas justamente apreciada por toda a gente brasileira. A ministra elencou várias ações da sua gestão à frente da Seppir no tocante ao tema, como seu encontro com a ministra Ana de Holanda, os acordos de cooperação assinados pela Seppir e presidentes da Petrobras, Caixa Econômica e Correios. Evidenciou a importância de o MinC juntar-se à Seppir e à Secom para uma ação propositiva e, mais importante, para que se tenha um real diagnóstico dos motivos pelos quais os projetos não são contemplados. Louvou a iniciativa do MinC e da Palmares de fazerem um projeto de formação para a elaboração de projetos, e propôs:

1.      que se “faça a formação dirigida para determinados editais”.
2.      que o Akoben e a comunicação da Seppir divulguem o calendário da caravana da Petrobras para que os produtores e os artistas negros possam se capacitar.
3.      que o Akoben promova e pilote um movimento no sentido de incentivar artistas e produtores negros a aplicarem seus projetos nos vários editais abertos e abra a informação para que “possamos controlar a demanda (...) quem mandou, que projeto, para qual edital (...)   para que se tenha esse volume dimensionado”.

O Akoben, mesmo sabendo que as razões pelas quais os nossos projetos não aprovados são fruto do racismo institucional que infesta as empresas públicas e privadas e as instituições vinculadas ao MinC, a exemplo da Funarte, do Museu de Belas Artes (aliás, temos que perguntar à sua diretora, Sra. Monica Xexéo, porque Emanuel Araújo, diretor-curador do Museu Afro Brasil/SP, escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo, com certeza o mais renomado artista plástico negro brasileiro não expõe no citado Museu), seguirá o que sugeriu a ministra Luiza Bairros dando início à campanha intitulada: Vamos tomar de “assalto” os editais.

Iniciada a intervenção pública, duas nos chamaram a atenção. A primeira foi da diretora do Cia Nata de Teatro/BA, Fernanda Júlia, que na sua fala provocou a mesa composta por representantes das empresas e do MinC, além do deputado Luiz Alberto e da ministra Luiza Bairros, afirmando haver a necessidade da presença de artistas e especialistas da arte e da cultura negras nas comissões de julgamento de projetos. Pergunta Fernanda: “Vocês nos conhecem?”. A segunda foi da diretora artística da Cia É tudo cena/RJ, Aduni Benton, que em seu discurso chamou a atenção para as resoluções da última Conferência Nacional de Cultura: que "todos os editais públicos de cultura possam em seu corpo de jurados-avaliadores reunir, no mínimo, dois integrantes da etnia negra especializados em cultura negra para avaliar os projetos (...)". E ainda salientou que "o que nós queremos é que se cumpra o que está escrito, tanto na Conferência Nacional de Cultura quanto na Conferência Nacional de Igualdade Racial (...) porque não está sendo cumprido. É uma falácia!".

Vamos tomar de “assalto” os editais
O objetivo é:
  1. Incentivar você a se capacitar na caravana da Petrobras;
  2. Incentivar você a enquadrar projetos nesses e em todos os editais que serão lançados;

Para termos controle/dados e cobrarmos, após você enquadrar seus projetos, informe o Akoben pelo e-mail: akobencultural@gmail.com
1.      Nome do grupo, empresa, produtor ou artista.
2.      Nome do projeto.
3.      Em qual edital você enquadrou o projeto.
4.      Custo do projeto.
5.      Foi contemplado.
6.      Se foi contemplado, em qual edital.

Abaixo calendário de quatro editais em vigência. São eles:
Petrobras, Eletrobras, CCBB e Funarte:

Petrobras
Comecemos pela Caravana Petrobras Cultural, criada com o intuito de capacitar profissionais interessados em enquadrar projetos no Programa Petrobras Cultural.

“A Caravana Petrobras Cultural acontece durante o período das inscrições da seleção pública. O objetivo é divulgar a Seleção Pública Petrobras Cultural e a política de patrocínios da Companhia na cultura. A Caravana é destinada a produtores culturais e pessoas interessadas nas ações de patrocínio.”

Calendário da Caravana Petrobras
Rio Branco: 13 de setembro
Manaus: 27 de setembro
Salvador: 27 de setembro
Fortaleza: 13 de setembro
Brasília: 11 de setembro
Vitória: 25 de setembro
São Mateus: 26 de setembro
São Luís: 11 de setembro
Belo Horizonte: 18 de setembro
Montes Claros: 19 de setembro
Campo Grande: 25 de setembro
Belém: 28 de setembro
Recife: 28 de agosto
Teresina: 12 de setembro
Curitiba: 30 de agosto
Rio de Janeiro: 23 de agosto (já passou, mas ainda temos Macaé e Nova Iguaçu)
Macaé: 02 de outubro
Nova Iguaçu: 04 de outubro
Natal: 29 de agosto
Porto Alegre: 03 de outubro
Pelotas: 04 de outubro
Florianópolis: 28 de agosto
Joinvile: 29 de agosto
Aracaju: 30 agosto
São Paulo: 03 de setembro
Santos: 04 de setembro

Edital (calendário)
·                     17/08/2012 – Lançamento da Seleção Pública Petrobras Cultural 2012
·                     17/08/2012 – Abertura das inscrições
·                     05/10/2012 –Término das inscrições de Festivais de cinema e Festivais de música
·                     29/10/2012 – Término das inscrições de Apoio a museus, arquivos e bibliotecas, Memória das artes e Patrimônio imaterial
·                     30/10/2012 – Término das inscrições de Circulação de exposições, Manutenção de grupos e companhias de dança e Manutenção de grupos e companhias de teatro
·                     31/10/2012 – Término das inscrições de Produção literária e Produção de longa-metragem para salas de cinema
·                     01/11/2012 – Término das inscrições de Apoio a artistas, grupos e redes musicais.
·                     29/01/2013 – Divulgação dos resultados de Festivais de cinema e Festivais de música
·                     30/04/2013 – Divulgação dos resultados das demais áreas

Maiores informações:

Eletrobras
Programa Cultural das Empresas Eletrobras 2013
As inscrições terminam no dia 3 de outubro de 2012, às 8h (horário de Brasília), e devem ser realizadas no hotsite:

CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil
Edital de seleção de projetos culturais 2013 / 2014
Artes cênicas, cinema, ideia, música, programa educativo e exposição.
As inscrições terminam no dia 24 de outubro de 2012
Maiores informações
www.bb.com.br/cultura

Funarte
Funarte abre seleção de projetos culturais
Onze editais foram lançados pela Instituição entre os dias 15 e 20 de agosto
Como parte das ações programadas para 2012, a Fundação Nacional de Artes – Funarte está com inscrições abertas para seleção de projetos nas áreas de música, artes visuais, artes integradas, dança, circo e teatro. Entre os dias 15 e 20 de agosto, onze editais foram lançados pela Instituição.

O maior orçamento – R$ 12 milhões – será destinado ao Prêmio Myriam Muniz, uma das principais ações de estímulo à produção teatral no país e que irá contemplar 131 projetos. Na dança, o Prêmio Klauss Vianna conta com recursos de R$ 6 milhões para viabilizar 82 iniciativas. Também com investimento total de R$ 6 milhões, o Prêmio Funarte Petrobras Carequinha de Estímulo ao Circo vai contemplar 159 projetos – 44 a mais que na edição anterior.  E o Prêmio Artes Cênicas na Rua irá viabilizar 73 iniciativas.

Na música, uma das novidades é o Prêmio Funarte de Música Brasileira, que vai selecionar projetos de composições, arranjos, shows, vídeos, sítios de internet, pesquisas, entre outros relacionados ao universo da música. Outro edital da área – a Bolsa de Aperfeiçoamento Técnico e Artístico em Música – estabelece a concessão de 36 bolsas para cursos e estágios no Brasil e no exterior.

Nas artes visuais, foram lançados o Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça; o XII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia; o Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais – 9 ª edição e a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais.
Já o edital Bolsa Interações Estéticas, realizado pela Funarte e a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, oferece 50 bolsas, no valor de R$ 50 mil cada, para trabalhos de residências artísticas em Pontos de Cultura.

As inscrições estão abertas até 1º de outubro.

As inscrições estão abertas até 1º de outubro.

As inscrições estão abertas até 1º de outubro.

As inscrições estão abertas até 1º de outubro.

As inscrições estão abertas até 1º de outubro.

As inscrições estão abertas até 1º de outubro.

As inscrições estão abertas até 1º de outubro.

As inscrições estão abertas até 1º de outubro.

As inscrições estão abertas até 1º de outubro.

As inscrições estão abertas até 1º de outubro.

As inscrições estão abertas até 03 de outubro.


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cia. É Tudo Cena! participa de audiência pública em Brasília

A diretora artística da Cia. É Tudo Cena!, Aduni Benton, e o diretor de produção Marcos Paulo Silva, estiveram presentes no dia 21 último, em Brasília, na audiência pública da comissão de Educação  e Cultura, que tratava da questão de editais de projetos culturais e de fomento das políticas de patrocínio para a arte e cultura negra, juntamente com representantes de vários movimentos negros do Brasil.

Dentre as autoridades que estiveram presentes na audiência, destacam-se os presidentes da mesa, deputados Newton Lima e Luiz Alberto, além dos deputados que participaram da plenária Waldenor Pereira, Paulo Rubem Santiago, Edson Santos, Francisco Everardo Oliveira Silva e Jean Wyllys. Foram convidados a compor a mesa, a ministra chefe da Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Igualdade Racial Luiza Helena de Bairros, Valdina Oliveira Pinto - Makota (Terreiro Taruni Junçara), José Hilton Santos Almeida - Cobrinha (membro do Movimento AKOBEN), Henilton Menezes (representante do Ministério da Cultura), Elói Ferreira (Presidente da Fundação Palmares), José Avelar Matias Lopes (Gerente Executivo de Marketing do Banco do Brasil), Noaide Nery Correa (Representante da Empresa de Correios e Telégrafos - ECT), Gustavo Luiz Pacheco (Gerência Nacional de Promoções, Cultura e Esportes da Caixa Econômica Federal) e Antônio Carlos Gonçalves (Secretário de Comunicação da Presidência da República).

Marcos Paulo Silva, Luiz Carlos Gá, Ana Paula Black, Sarito Rodrigues, Claudia Vitalino, Iléa Ferraz e Aduni Benton. Foto de Ierê Ferreira 


Aduni Benton, em seu discurso, chamou a atenção dos que compunham a mesa em detrimento  a publicação da II CONAPIR (Conferência Nacional de Cultura), onde fala que "todos os editais públicos de cultura possam em seu corpo de jurados avaliadores reunirem, no mínimo, dois integrantes da etnia negra especializados em cultura negra para avaliar os projetos (...)". E ainda salientou que "o que nós queremos é que seja cumprido, tanto na conferência nacional de cultura quanto na conferência nacional de igualdade racial (...) porque não está sendo cumprido. É uma falácia!"
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A diretora artística da Cia. É Tudo Cena! também cobrou dos responsáveis pela elaboração de editais destinados a projetos de ocupção em teatros da FUNARTE mais transparência nas apurações e nos processos decisórios. Abaixo, confira o vídeo do discurso de Aduni na audiência pública.


 
 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Wilson Machado: poeta negro

      Desponta dentro do cenário dramatúrgico contemporâneo um representante fidedigno da cultura negra: Wilson Machado. Jovem autor negro, que nos brinda com a amplitude e a multiplicidade de seu talento, que se ramifica através da diversidade de gêneros da dramaturgia teatral, e da literatura com contos e poesias.     


              Wilson Machado inicia sua peregrinação pelos caminhos da escrita com muita sensibilidade, talento e inteligência nos presenteando com a inegável qualidade de suas obras. 

                  Mineiro, nascido em 16 de dezembro, em Belo Horizonte, morou no Rio de Janeiro desde 1984.  Lançou seu primeiro livro O Silêncio de Cada Um, uma coletânea com 29 Contos, editado pela Razão Cultural Editora em 2000.  Vencedor do 2º  Prêmio Carlos Carvalho, do 4° Concurso Nacional de Editorial, da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, no ano de 2004. Tem 12 textos teatrais escritos como a peça Ninguém Virá Bater à Minha Porta, dramaturgia publicada pela editora deUnida, e Paulo Benjamim de Oliveira - O Paulo da Portela  montado pela Cia. É Tudo Cena! e apresentado no "Ciclo de Leituras do "Encontro O Globo", em 2007, com a participação da atriz Zezé Motta.

              Em 2004 publicou um texto narrando sua história de vida no 4° livro do Concurso Nacional de Dramaturgia do Prêmio Carlos Carvalho em Porto Alegre.

             Faleceu no Rio de Janeiro em 28 de abril de 2007 deixando um legado de contribuição para a cultura negra.